quinta-feira, 30 de julho de 2015

É por isso que eu escrevo #5



O  texto  de  hoje  foi  enviado pelo digníssimo Guilherme Parada Pinheiro, autor do blog guilhermeppinheiro.blogspot.com.br, voltado inteiramente para o conteúdo cristão. Boa leitura!


"Porque eu escrevo? Escrevo porque sou um cara tímido e que tem dificuldade em se entrosar com as pessoas. Escrevo porque isso me  coragem de falar o que meus lábios não conseguem. Escrevo porque aprendi que as pessoas memorizam mais um escrito do que uma palavra.  

Comecei a escrever para me expressar. Queria escrever um livro e para isso precisava praticar. Seguindo todas as regras gramaticais possíveis ia cambaleando aqui e ali até conseguir fazer um texto perfeito. Quando me disseram:   "Nossa! Você escreve muito bem!", decidi escrever um livro.


Escrevo porque sou um obsessivo leitor. Porque gosto de observar e com cuidado formular as palavras para que façam sentido.  Escrevo para instruir as pessoas a verem uma forma diferente de pensar, de viver a vida e quem sabe até educá-las de algum modo.  

Escrevo para ser feliz. Escrever me dá paz, alegria, felicidade. 
Escrevo porque ela me faz interagir com o mundo. Pessoas que nunca me conheceram talvez um dia lerão meus escritos. Uns criticarão e outros amarão.  

Portanto, escrevo porque gosto. É a minha profissão. Daquilo que quero viver. Escrevo por que quero ser uma carta aberta para o mundo. "

É por isso que eu escrevo #4



Acho que vocês, caros leitores, já estão de saco cheio dessa imagem, mas na moral, é linda demais!
Enfim, o texto de hoje, que deveria ser o texto de ontem, foi escrito por nada mais nada menos do que minha irmã! Sim!, minha querida irmãzinha, musa inspiradora de tantos versos meus, veio hoje dar as caras!
Faço minhas também as belas palavras dela, porque parte disso tudo vivemos juntas. Boa leitura!

"Lembro-me hoje, com formidável saudade, das tardes em que sem preocupações íamos todos ao nosso "pedacinho de céu", alcunha essa, dada a um pequeno pedaço de terra, infinito na vertical, que com muito amor e dedicação meu pai comprou e pôs sua cara e essência... Íamos despretensiosos, pretendendo - parece contraditório, mas é isso mesmo - apenas amar, amar de fato, como apenas quando cercados pela natureza, em sua infinita energia pacificadora, somos capazes de amar... Ele (meu pai) com sua paixão pela cor e som, levava muitas tintas e CDs para nos fazer ouvir e colorir durante toda a tarde, debaixo dum pé de manga, que mais tem seu cheiro que das frutas dali...  

Passávamos a tarde inteira com nossas roupas velhas, cabelo bagunçado e mãos sujas, sujas de pinturas que ele nos ensinava, tão rupestres quanto suas mãos. E ali, ficávamos refazendo os passos que o pincel do pai dava, pois víamos aqueles seus traços como os mais talentosos do mundo, até chegar a hora de vir e, apesar de ser muito bom estar lá, voltar não era ruim, pois uma coisa era certa: eu poderia contemplá-lo aqui também, sentado com sua barba grisalha em seu escritório cheio de livros, que eu pretendia ler todos, vendo ali a fonte de ser tão admirável quanto ele.  

E ali ficava , ouvindo o som de sua vitrola. E, ao vê-lo com aquela feição séria, que se desfazia em amor cada vez que eu lhe roubava a atenção do trabalho, para falar qualquer coisa que nem sabia foi que descobri o amor, assim mesmo, mascarado de admiração.  

O tempo passou, não como devia, mas mais veloz e impiedoso. Roubou-lhe muitas coisas, inclusive o próprio tempo, mas não lhe tirou o que a vida lhe deu de mais valioso: sua sabedoria, sua capacidade de amar e viver; ser paciente, mesmo depois de longo e árduo dia de trabalho; sorrir e amar!  

O tempo é assim mesmo, rouba-nos o tempo. Mas é ele também, em sua majestosidade, que nos ensina a amar o que deve ser amado. Hoje, essa formidável saudade que guardo não é do meu pai, que, embora cercado de contratempos, sempre se faz presente, mas é do tempo, do tempo para passar sem se preocupar com o tempo; do tempo para desejar sem se importar com o tempo; do tempo para mais uma vez, debaixo dum pé de manga que viveu tantas histórias ali paradinho mesmo, aprender a amar, sujos de corpo, mas limpos d'alma, cercados de cor, que meu velho pacientemente escolhia. Pois com esse tempo, aprendi que amor está em processo, amor se renova , e aprendemos a amar é com o tempo. 

Saudade, sinto saudade, e hoje é com ela que escrevo, é por ela que escrevo!"

terça-feira, 28 de julho de 2015

É por isso que eu escrevo #3


Sophia é o pseudônimo de uma moça que obviamente não quer se identificar", ela me mandou escrever aqui. Acho que ela é muito sem noção (Sophia, sua sem noção), porque na moral, talentão desse, como que tem coragem de esconder? Não é a primeira vez que ela dá as caras aqui no blog, já me enviou uma vez uma poesia sua, que você pode ver bem aqui.

"Porque eu escrevo? Pela simples razão da minha mente não se alinhar com o todo, de não aguentar a pressão de suas ideias, e ter de recorrer a uma válvula de escape. Escrevo pois sofro de um bombardeio criativo - mesmo que não interessante a todos ou a maioria - e então escorro o sangue das balas imaginárias em linhas; porque não vejo explicação para coisa alguma, mas quero poder dar sentido a tudo; porque vi alguém no ônibus, e imaginei toda uma vida para essa pessoa, eu lhe dei sentimentos, e então presenteio o alfabeto com a vida nunca dada ao personagem.  

Eu escrevo porque falar não me basta, amar não me supre, sonhar não me concretiza, mas escrever me acolhe nas mais seguras paredes abstratas. Olha, eu escrevo porque meus sentidos falham caso eu não me expresse, caso eu não possa por com as palavras escolhidas por mim, e as vírgulas postas erroneamente da maneira que eu gosto, e os "porquês" alternativamente escolhidos como se não tivessem uma ordem gramática, e as metáforas feitas em comparações absurdas e até impensáveis, mas foram pensadas por mim, foram desordenados na melhor ordem pelas minha mãos e foram postas nos melhores lugares, porque eu escrevi com os meus sentimentos, ou com sinceros sentimentos que adotei apenas por alguns minutos, horas, para escrever, e foi verdadeiro e é isso que os fazem bonitos. 

Eu escrevo, neste pequeno texto que fiz em etapas, porque tenho que responder para mim mesma o porque de eu escrever, e no fim não há nenhuma resposta que convença a parte de mim que escreve e a outra parte, que dita o que será escrito, menos ainda, e ambas as partes preferem ficar na penumbra da respostar certa, assim podem ditar e escrever muito mais sobre esse porque, e jamais se deixarem aliviar na eutanásia dos pontos finais."

segunda-feira, 27 de julho de 2015

É por isso que eu escrevo #2





Por que continuamos a escrever.

Texto de Anderson Farias, que escreve também no Wattpad, e o seu perfil é esse aqui www.wattpad.com/user/Palarsan/about. Boa leitura!

"Muitos se perguntam por que pessoas jovens passam tanto tempo, ou boa parte do tempo, escrevendo, pensando e revisando textos infindáveis, enquanto deveriam dedicar-se especialmente para ir a festas, sociabilizar com os amigos, entreter-se com qualquer coisa – exceto com livros –, enfim, fazer tudo o que “pessoas jovens” fariam em situações “normais”, apenas para pensar em escrever quando não houvesse mais nada para fazer; afinal, “isso não é coisa de gente tão nova”. 

Minha mãe já me indagou sobre isso uma vez, ao tentar saber se “escrever dava dinheiro”, pois via que a minha labuta em tentar criar algo bem bolado e interessante para as pessoas era tão grande que para aquele trabalho deveria haver ao menos uma remuneração automática. Tentei explicar para ela dizendo que escrever também era um trabalho; um trabalho intelectual cuja renda não é garantida – vou dizer logo: é inexistente a curto e médio prazo – para quem faz isso apenas como um passatempo (popularmente conhecido como hobby). 

Ora, e precisa ter uma idade específica para começar a escrever? E por que eu não deveria dedicar o meu tempo livre à escrita? Sempre me perguntei por que as pessoas nunca levaram o hábito de escrever a sério, hábito este que sempre fora tratado como um fardo pelos meus amigos e colegas no tempo da escola – e na Universidade não é diferente. Sempre gostei de me dedicar à escrita, e acompanhado a ela veio a abertura de um mundo infinito: a literatura. 

Cada um faz o que quiser com o tempo que lhe é dado, e eu gosto de usá-lo para abrir novos mundos ainda não descobertos. Esse espírito aventureiro, cuja essência estava nos fenícios, nos macedônios de Alexandre, o Grande, nos venezianos de Marco Polo, nos exploradores espanhóis, portugueses, franceses e ingleses, enfim, nos homens do passado que quiseram descobrir o nosso mundo material, é o mesmo espírito aventureiro que ainda sobrevive no coração dos escritores que trabalham para desvendar mundos imateriais e ideais. 

A escrita é um trabalho essencialmente humano e seu papel nunca mudou dos tempos imemoriais até os dias de hoje, predominantemente líquido e virtual.  Essa extrema fluidez na qual corre as coisas do mundo e as relações sociais não deve ser entendida como abolição de todo trabalho intelectual, pois a arte de escrever unida pela carne ao hábito de ler é vista hoje com olhos de desprezo – desprezo mesmo! Que cara de argh! eu vejo estampada nas pessoas que nunca leram sequer quatro livros na vida quando digo que a melhor coisa que eu faço é… escrever. Não entendo como uma sociedade do futuro, mais avançada do que a nossa, poderá sobreviver sem ler e sem escrever, pois todo o trabalho humano só é possibilitado porque houve essa passagem de conhecimento das gerações do passado para as do presente; tal passagem está expressa na leitura e na escrita. Claro, você pode estar pensando na passagem de conhecimento através da fala, mas de que forma haveria esse aprendizado sem antes termos a certeza de que o trabalho em questão não seria bem mais complexo do que a oralidade pudesse supor? Nosso mundo não é tão rústico quanto aquele onde predominava o ensinamento por via oral, e a facilidade que encontramos hoje para tudo tem suas bases na escrita e na leitura, e isso é um fato. Todo método que envolve a oralidade é limitado porque não há acúmulo de conhecimento suficiente para a passagem de todos os ensinamentos para um aprendiz, e se no futuro chegarmos a esse ponto, imagino quantos sofistas e peripatéticos aparecerão caminhando pela Terra novamente. Ora, Einstein poderia formular sua teoria da relatividade apenas com base naquilo que os anciões haviam dito uns aos outros dos tempos de Newton até ele? Acredito que ciência jamais foi criada apenas com base na palestra e no dedinho de prosa entre colegas de bar; no entanto, é razoável a ideia de que ao menos tenha sido necessário um pedaço de papel e um lápis afiado para grandes descobertas… 

Escrever está muito além de perpetuar essa arte necessariamente humana para as futuras gerações. As imagens são tiradas aos trilhões todos os dias graças aos avanços tecnológicos jamais descreverão os sentimentos humanos com tamanha liberdade quanto a escrita. Quando se trata de perpetuar o olhar particular que temos do mundo, uma imagem não vale por mil palavras. Dedicamos o tempo todo a (des)escrever com perfeição sentimentos, desejos, necessidades, prazeres, angústias, medos e frustrações que uma imagem – nem mil delas – jamais conseguirá fazer nem agora e nem no futuro. Portanto, aquele que escreve sabe fazer com maestria o que um escultor nunca poderá esculpir num bloco de mármore, nem em mil blocos de mármore; todas as imagens que passam na cabeça de um leitor quando ele lê um livro nunca, jamais, poderão ser retratada numa imagem, eternizada numa escultura, ou reconstituída num filme. Não há limitações para a imaginação do homem e tudo o que ele fizer com as mãos não será nem reflexo da milésima parte daquilo que se passou em sua cabeça. Parece idealismo demais, mas não é. 

Continuamos a escrever porque necessitamos libertar a mente – deixá-la livre, leve e solta. Se conseguimos estimulá-la através da oralidade, da visão, da audição e do tato, é porque estamos seguindo o roteiro que a humanidade já segue há milhares de anos. Escrevemos para estimularmos nossa criatividade, para projetarmos um sentimento nas folhas de papel e fazermos com que outras pessoas consigam senti-lo. Nada pode ser mais belo do conseguir estimular a criatividade, a força motora das civilizações humanas. Quem pode erigir as escadas para a contemplação de tudo o que houve e há (e, possivelmente, haverá), só pode fazer isso se estimular a própria criatividade. 

Quem conseguir libertar-se das amarras da limitação de si próprio, ganhará em troca o mundo, e tudo o que há nele. Continuamos a escrever para ganharmos o mundo, para interpretá-lo e para nos erguermos sobre experiências e pensamentos intrínsecos à prática de escrever. Por isso continuamos a escrever… para sermos parte do mundo, e fazermos do mundo uma parte de nós. "

  


domingo, 26 de julho de 2015

É por isso que eu escrevo #1





O texto de hoje foi escrito por Ghiovana Christini Paliano Gardini, que rima até no nome. É cristã, estudante de Direito e tem 18 anos. É dona do blog comamorgc.com.br, além de escrever na revista Gospel Brasil e ter uma coluna no blog Womanizando. Vamos descobrir por que a Ghiovana escreve?

"Eu escrevo desde que sou. Quer dizer, não que eu já tenha nascido alfabetizada, mas eu nem sempre soube ser, também. Eu escrevo desde que eu sei que sou. Se é que eu sei. 

Um dia me perguntaram por que. Ora, como é que a gente responde por que vive? Como é que a gente responde por que é? Só é. Geralmente, a gente não escolhe as nossas paixões: elas nos escolhem. Fui escolhida, a dedo. Entre tantas meninas branquelas de olhos e cabelos escuros por aí. A escrita se apaixonou por mim. E olha só que engraçado: Foi recíproco. 

É que tem muita gente que quer calar a nossa voz. Tem muita gente que só olha pro nosso cabelo penteado - quer dizer, nem sempre tão penteado assim - e maquiagem feita e acha que sabe quem a gente é.  Escrever é se virar do avesso e expor na vitrine da existência pra todo mundo ver. Eu sou isso, ó, lê! É dar a cara à tapa pra interpretação bater. 

Às vezes a gente apanha. Mas sara. Esvazia. Escrever é eliminar a azia. Das palavras que a gente tenta engolir, mas não digere. Entala na garganta. Coça. Escrever é cuspir o que não desce.  E eu escrevo porque tem muita coisa que eu engulo. 

Antigamente, eu escrevia porque eu não sabia falar. Bicho do mato. Abre a boca, menina! Não abro. A voz sai fanha,  o tom varia. Agudo. Grave. Na escrita também. Agudo. Grave.  GRITO. sussurro. Me ouve? 

Hoje eu sei falar. Eu até pego microfone. E as pessoas escutam. E eu subo em púlpitos e as pessoas me escutam. E eu falo na rádio e as pessoas me escutam. Eu sou ouvida, acredita? Mas eles só ouvem a minha boca. Quem me lê, vê o meu coração. Não é bonito? É. É meio ousado. Expor o coração assim. Tem tanta gente má intencionada, visse. Em um mundo dotado de má interpretação, escrever é pra quem tem coragem. E eu, tive. 

Eu escrevo porque sou. Sou quieta e afasto. Sou gritante e canto. Sou mistério e convido. Sou estranha e espanto. Sou irônica e rio. Sou sensível e quebranto. Sou menina e cativo. Sou poeta... E encanto. 

E eu amo, escrevendo. Eu escrevo, amando. Eu escrevo amor. E eu amo escrever. 
Já dizia Mário de Andrade: "Amar é verbo intransitivo." Escrever, também.  
Escrevo porque sim.  E se alguém disser que não é resposta... Eu digo que desconheço a pergunta. 

Afinal... Qual era mesmo?"

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